Penélope, Fofão, Jaguar e Matemático: quem são os 10 presos pela execução do ex-delegado Ruy Ferraz
Conheça os dez suspeitos que já foram presos pela Polícia Civil de São Paulo por participação na morte de Ruy Ferraz Fontes, em Praia Grande, no dia 15 de...
Conheça os dez suspeitos que já foram presos pela Polícia Civil de São Paulo por participação na morte de Ruy Ferraz Fontes, em Praia Grande, no dia 15 de setembro de 2025. Montagem/g1/Reprodução/TV Globo A Polícia Civil anunciou na noite de segunda-feira (3) a prisão de mais um integrante do grupo acusado de participar da execução do ex-delegado-geral de Polícia de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, no litoral paulista, na noite do dia 15 de setembro, na cidade de Praia Grande. Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, o Penépole ou Fiel, é o 10º suspeito de participar da execução preso pelos investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Outras duas pessoas estão foragidas e uma terceira morreu em confronto com a polícia. O g1 preparou uma reportagem com o nome dos 10 suspeitos presos até agora por envolvimento no crime e detalha abaixo a função de cada um deles, segundo informações apuradas com investigadores do caso. A defesa deles não foi localizada pela reportagem. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, Penélope ou Fiel (membro do PCC) Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, o Penépole, é o 10º suspeito de participar da execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Divulgação Apelidado de Penélope ou Fiel, Marcos Augusto Cardoso, de 36 anos, é apontado pelos investigadores como membro do PCC em SP e possivelmente um dos integrantes do veículo Logan Branco que participou da perseguição contra o ex-delegado-geral na noite do assassinato. Ele também teria função de liderança na organização do crime. Os investigadores afirmam que Penélope foi quem chamou os executores para atirarem contra Ruy Ferraz que morreu ao ser atingido por 12 tiros de fuzis, segundo peritos que participam da investigação. Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, preso por participação no crime contra Ruy Ferraz Reprodução/TV Globo Preso em São Vicente, na Baixada Santista, em 19 de setembro, Luiz Henrique Santos Batista, apelidado de Fofão, é apontado como integrante da parte logística da execução do ex-delegado. Segundo os investigadores, ele teria dado carona para que um dos envolvidos no crime fugisse da cena da execução. Ele foi a segunda prisão confirmada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) no caso. Willian Silva Marques, 36 anos Willian Silva Marques, de 36 anos, é dono da casa de onde teria saído armas do crime Reprodução/TV Globo O motorista Willian Silva Marques, de 36 anos, é o dono da casa em Praia Grande de onde teria saído um fuzil que pode ter sido usado no crime da Praia Grande. Ele foi preso na madrugada de 21 de setembro. Ele é irmão de um policial militar cuja participação no crime foi descartada pelo DHPP. Dahesly Oliveira Pires, 25 anos Segundo a polícia, Dahesly Pires disse que machucou o rosto num acidente de moto antes da prisão. À esquerda, vídeo mostra a mulher em audiência de custódia Reprodução A única mulher entre os suspeitos identificados por envolvimento no caso da morte do ex-delegado, Dahesly Oliveira Pires foi presa em 17 de setembro, acusada de ter ido buscar um fuzil na Baixada Santista que foi usado no crime da Praia Grande. Moradora da cidade de Diadema, na Grande SP, a jovem de 25 anos já tinha sido detida em 2023 ao tentar entrar em um presídio de Osasco, na Grande SP, com drogas escondidas no sutiã. Ela teria transportado o fuzil do ABC Paulista para a Praia Grande, onde o crime ocorreu. Mulher presa no caso de morte de ex-delegado fala à Justiça Rafael Marcell Dias Simões, o Jaguar Rafael Marcell Dias Simões, o 'Jaguar', de 42 anos, é apontado como um dos atiradores Reprodução/TV Globo Preso por suspeita de participar da morte do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes em 20 de setembro, Rafael Marcell Dias Simões, o "Jaguar", de 42 anos, tem antecedente criminal por sequestro. Ele se entregou em uma delegacia de São Vicente, no litoral, após ter tido a identidade revelada pela polícia. Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, Jaguar é um dos atiradores que mataram o ex-delegado. Em 26 de setembro, Derrite afirmou que o depoimento de um dos presos e perícias feitas no celular dos suspeitos apontavam que Jaguar estava na cena do crime no dia 15 de setembro. Ao se entregar, ele alegou que estava com a filha no dia do crime. "O atirador, a gente pode cravar pelos indícios, é o Jaguar, que está preso. Esse a gente pode cravar porque, além do termo de depoimento de um dos presos, o Luiz que está preso, que tinha o apelido de Fofão, no aparelho celular dele foram extraídas informações que ele – Fofão – tinha levado o Jaguar para um outro endereço, dado fuga e que ele seria um dos atiradores [contra o delegado]", afirmou o secretário. Jaguar, 6º suspeito de participar do assassinato de ex-delegado, é preso no litoral de SP Felipe Avelino da Silva, o Mascherano Felipe Avelino da Silva, o Mascherano, é preso nesta segunda-feira (6). Reprodução/Polícia Civil Também membro do PCC, segundo a Polícia, Felipe Avelino da Silva - conhecido na facção como Mascherano, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime. Ele foi preso em Cotia em 6 de outubro. Segundo a polícia, Mascherano comandava o crime organizado na região do ABC Paulista e chegou a ser condenado a 4 anos de prisão por tráfico de drogas em 2014, mas cumpriu dois anos e dois meses de detenção antes de ser liberado pela Justiça. No ano de 2017, ele voltou a ser condenado a seis anos e dois meses de prisão por roubo qualificado e corrupção de menores e progrediu para o regime aberto em 2023, cumprir integralmente a pena. Ele também tem antecedentes criminais por tráfico de drogas, roubo qualificado e corrupção de menores desde 2009. A defesa dele não foi localizada pela TV Globo. Danilo Pereira Pena, o Matemático Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático, foi preso por suspeito de envolvimento na morte de Ruy Ferraz (à direita) Reprodução/TV Globo Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático, foi a sexta pessoa presa por suspeita de envolvimento no assassinato do ex-delegado. O rapaz de 36 anos tem nível de instrução superior e não possui passagens criminais. As investigações apontam que o Matemático mandou Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, levar Rafael Marcell Dias Simões, o Jaguar, da cidade de São Vicente para São Paulo. Ele foi localizado e detido em uma pousada no bairro Morumbi, na capital paulista, em 15 de outubro. Na delegacia, ele afirmou à polícia que é jogador de futebol e morou na Itália. Cristiano Alves da Silva, o Cris Brow Cristiano Alves da Silva, conhecido como Cris Brown, foi preso por suspeita de envolvimento na morte do ex-delegado Reprodução/TV Globo Cristiano Alves da Silva, conhecido como Cris Brown, de 36 anos, é o sétimo preso suspeito de envolvimento no assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes. Promotor de eventos, ele tem passagens criminais pela Polícia e, segundo a Secretaria de Segurança Pública, é apontado como proprietário da casa usada pela quadrilha em Mongaguá (SP), cidade vizinha a Praia Grande. A pasta explicou que o local teria sido utilizado como ponto de apoio antes e depois do crime. A polícia descobriu que Cristiano foi ao imóvel no litoral paulista no dia seguinte ao assassinato de Ruy, permaneceu por uma hora e voltou para a adega dele na Zona Sul de São Paulo. José Nildo da Silva, 47 anos José Nildo da Silva, de 47 anos, foi detido em Itanhaém, no litoral de SP Reprodução/TV Globo José Nildo da Silva, de 47 anos, foi o 8° suspeito preso em Itanhaém, no litoral de SP, em 20 de outubro. Segundo o atual delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, Nildo também é um dos atiradores que participaram da execução de Ruy Ferraz. "Nós julgamos que ele possa ser um dos atiradores. Ainda está sendo constatado isso. Ele era investigado e, após o crime, se dirigiu a uma das residências que serviu de logística para a quadrilha. Nesse momento, ele estava com colete a prova de balas e armado. E acompanhado de uma mulher, que ainda não foi localizada", afirmou Dian. Paulo Henrique Caetano Sales, o PH Paulo Henrique Caetano Sales, o PH, de 38 anos, é apontado pela Polícia Civil como proprietário de uma das quatro casas de Praia Grande utilizadas pelos criminosos que executaram Ruy Ferraz. Reprodução/TV Globo Com 38 anos, Paulo Henrique Caetano Sales, o PH, é apontado pela Polícia Civil como proprietário de uma das quatro casas de Praia Grande utilizadas pelos criminosos, segundo o DHPP. Ele foi o 9° suspeito preso. A casa dele, segundo a polícia, era usada desde abril por Umberto Alberto Gomes, um dos suspeitos apontados como integrante da elaboração da execução Ruy Fontes. Gomes era procurado após a corporação encontrar digitais em uma casa que teria sido usada pelos criminosos em Mongaguá. Ele morreu em confronto com equipes da Polícia Civil do Paraná em 30 de setembro. O DHPP afirma que Paulo Henrique foi capturado no Jardim Shangrilá, na Zona Sul da capital paulista nesta sexta-feira (25). Polícia prende 9º suspeito da morte de ex-delegado Ruy Ferraz em SP Confira abaixo o resumo dos 10 presos até agora pelo crime: Willian Silva Marques: dono da casa em Praia Grande de onde teria saído um fuzil que pode ter sido usado no crime, preso na madrugada de 21 de setembro; Dahesly Oliveira Pires: foi presa em 18 de setembro por suspeita de ser a mulher que foi buscar o fuzil na Baixada Santista; Luiz Henrique Santos Batista: conhecido como Fofão, está envolvido, segundo a polícia, na logística da morte do ex-delegado. Ele teria dado carona para que um dos criminosos fugisse da cena do crime e foi preso em 19 de setembro. Rafael Marcell Dias Simões (Jaguar): Ele se entregou à polícia em 20 de setembro, em São Vicente (SP). Felipe Avelino da Silva: conhecido no PCC como Mascherano, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime; preso em Cotia em 6 de outubro. Danilo Pereira Pena: aos 36 anos, é conhecido como Matemático. Ele que teria mandado Luiz Henrique Santos Batista levar Jaguar de São Vicente a São Paulo. Cristiano Alves da Silva (Cris Brow): tem 36 anos. Ele é apontado como proprietário da casa usada pela quadrilha antes e depois do crime em Mongaguá (SP), cidade vizinha a Praia Grande. José Nilton, de 47 anos: acusado de ser um dos atiradores. Foi visto numa das casas que serviu de logística para o assassinato, na noite do crime. Paulo Henrique Caetano Sales (PH): tem 38 anos e é proprietário de uma das quatro casas de Praia Grande utilizadas pelos criminosos que executaram Ruy Ferraz, segundo o DHPP. Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, 36 anos, apelidado de Penélope ou Fiel. Integrante do carro branco Logan que participou do crime. Polícia diz que ele chamou os executores que atiraram no ex-delegado-geral de SP. Outras duas pessoas foram identificadas e estão foragidas: Flávio Henrique Ferreira de Souza: teve o DNA encontrado em um dos carros; Luis Antonio Rodrigues de Miranda: é procurado por suspeita de ter ordenado que uma mulher fosse buscar um dos fuzis usados no crime. Já Umberto Alberto Gomes era procurado após a corporação encontrar digitais em uma casa que teria sido usada pelos criminosos em Mongaguá, e morreu em confronto com equipes da Polícia Civil do Paraná em 30 de setembro. Investigação As autoridades confirmaram a ligação do Primeiro Comando da Capital (PCC) com o crime. Nos mais de 40 anos que passou na Polícia Civil, Ruy teve papel central no combate ao crime organizado e liderou investigações sobre a facção. O ex-delegado se aposentou em 2023, mas as ameaças de morte contra ele continuaram. Um relatório de 2024, a que o Fantástico teve acesso, detalhava planos de atentados contra autoridades. Ruy foi morto no dia 15 de setembro após deixar o expediente como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, onde trabalhava desde a aposentadoria como policial. Ele levou ao menos 12 tiros de fuzil. Além de vingança do crime organizado, outra hipótese para o assassinato seria a atuação dele à frente da secretaria. Ex-delegado era monitorado Assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes completa um mês; investigações continuam O sistema de câmeras de segurança da Prefeitura de Praia Grande identificou que Ruy vinha sendo monitorado pelos criminosos havia mais de um mês. Um dos veículos usados no crime foi flagrado no litoral paulista no dia 18 de agosto. Além desse veículo, um carro e uma caminhonete também foram utilizados no crime. A caminhonete foi encontrada incendiada, mas o carro foi localizado e passou por perícia para coleta de impressões digitais. A Polícia Civil identificou que o grupo responsável pelo ataque usou casas alugadas. O primeiro imóvel investigado por ter ligação com os criminosos é uma residência em Praia Grande. O outro fica em Mongaguá (SP) e também passou por perícia. Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, Rafael Simões, o Jaguar, foi um dos atiradores. Os advogados Abraão Martins e Adonirã Correia, no entanto, negaram a participação dele. Um vídeo de monitoramento flagrou Jaguar buscando a filha em uma escola de Santos no dia do crime. Outro atirador, ainda de acordo com Derrite, seria Umberto Gomes - morto em confronto policial. Nas imagens do crime, ao menos quatro suspeitos estavam no carro que perseguiu Ruy Ferraz, mas as autoridades não informaram se foram identificados.